Dislexia e Escola

É na escola que a dislexia, de fato, aparece. Há disléxicos que revelam suas dificuldades em outros ambientes e situações, mas nenhum deles se compara à escola, local onde a leitura e a escrita são permanentemente utilizadas e, sobretudo, valorizadas.

Sempre houve disléxicos nas escolas. Entretanto, a escola “tradicional” que conhecemos certamente não foi feita para o disléxico. Objetivos, conteúdos, metodologias, organização, funcionamento e avaliação têm de ser adaptados a ele.

Não é por acaso que muitos disléxicos não sobrevivem à escola e são, direta ou indiretamente, explicita ou dissimuladamente, por ela preteridos. E os que conseguem resistir a ela e diplomar-se fazem-no – muitas vezes – astuciosa e corajosamente, por meio de artifícios, que lhes permitem driblar o tempo, os modelos, as exigências burocráticas, as cobranças dos professores, as humilhações sofridas e, principalmente, as notas.

O acolhimento e a inclusão de alunos disléxicos na escola depende da criação de uma “cultura da dislexia” dentro da escola: divulgação de informações, reuniões, mural, informativos; sugestões de leituras, vídeos e filmes; ação integrada dos serviços de orientação educacional e pedagógica; acomodações na Proposta Pedagógica e no Regimento Escolar;  formação continuada para os educadores.

É fundamental e importantíssimo o envolvimento do professor nessa tarefa, de maneira tal, que ele participe espontânea e naturalmente do processo, disponibilizando-se para atuar positivamente junto aos educandos.

Assim como a família, a escola ocupa lugar da maior importância na vida da criança e do adolescente. Sentir-se querida(o), reconhecida(o), estimulada(o) e apoiada(o) por ela é fundamental para o seu desenvolvimento global.

O insucesso escolar afeta sobretudo a autoestima, criando na criança, e no adolescente, sentimentos de menos valia, inadequação e inferioridade, que poderão marcá-los pelo resto da vida. Educadores têm o poder de evitar que isso aconteça.

Pais e educadores, apesar de terem responsabilidades e tarefas distintas na educação global da criança ou do adolescente, podem e devem atuar juntos e de maneira integrada.

A escola deve ouvir a família, e a família a escola.

Educadores e pais não são adversários. Estão do mesmo lado, porém, com tarefas e responsabilidades próprias.

A escola pode propor encontro de pais e familiares de alunos disléxicos, para troca de experiências e de informações.

A escola deve acolher os pais dos disléxicos com empatia e paciência, buscando compreender suas angústias e aflições, estreitando vínculos, em benefício dos disléxicos.

A troca de informações entre a escola e o profissional especializado é fundamental para o acompanhamento e o desenvolvimento do disléxico. Um subsidiará o outro e o maior beneficiado dessa troca, dessa cooperação, será o disléxico.

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